A divulgação
da lista com os 23 convocados da seleção brasileira para a Copa do Mundo nesta quarta-feira (07) não
trouxe muitas surpresas. O grupo já estava praticamente fechado desde a
conquista da Copa das Confederações no ano passado, com a exceção de alguns
jogadores que deverão ficar na reserva na Copa, como o zagueiro Henrique, do
Napoli – nome mais contestado da lista.
Porém, é interessante ver de onde
surgiram os escolhidos de Felipão. Apesar de ser o atual campeão brasileiro e de não fornecer nenhum jogador de seu elenco para a seleção, o Cruzeiro é a equipe que mais revelou
jogadores entre o grupo para o futebol, com três atletas - o goleiro Jefferson e
os laterais Maicon e Maxwell. Em seguida aparecem São Paulo, Vitória e Corinthians, com dois jogadores cada. Os 23 selecionados saíram de 18 clubes diferentes, alguns inexpressivos, como o RS Futebol, que fez surgir o capitão Thiago Silva. Vale a pena relembrar um pouco da trajetória de
cada convocado!
Nota: para que não haja confusão, é importante ressaltar que os times mostrados ao lado dos nomes dos jogadores não são os clubes atuais, mas sim os seus formadores.
Nota: para que não haja confusão, é importante ressaltar que os times mostrados ao lado dos nomes dos jogadores não são os clubes atuais, mas sim os seus formadores.
GOLEIROS
JULIO CESAR (Flamengo)
reprodução: CBF
Formado na categoria de base rubro-negra em 1997, atuou no time até 2004, quando se
transferiu para o Chievo, da Itália. Apenas uma temporada no time da terra de
Romeu e Julieta foi suficiente para que o arqueiro chamasse a atenção da
Internazionale. Foi nos Nerazzurri que
Júlio César viveu sua melhor fase, conquistando o pentacampeonato italiano e a Liga dos Campeões de 2010. Hoje é contestado pelas atuações
inconsistentes no Toronto, do Canadá, mas é o preferido de Felipão para ser
titular.
Surgiu em
2000 na raposa, mas sempre esteve à sombra de Gomes, que vivia ótima fase. A
chance de mostrar melhor seu futebol veio apenas com o empréstimo ao Botafogo,
em 2003. As boas atuações no alvinegro levaram o goleiro ao futebol turco
(Trabzonspor). Voltou a General Severiano em 2009 e desde então tem sido
constante nas convocações da seleção.
VICTOR (Paulista)
reprodução: CBF
Antes de virar Santo, alcunha que ganhou durante a campanha do Atlético
Mineiro na Libertadores de 2013, Victor despontou no Paulista de Jundiaí, onde
foi campeão da Copa do Brasil em 2005. Dois anos mais tarde, seguiu para o
Grêmio, onde foi eleito por dois anos seguidos o melhor goleiro do Brasileirão
(2008 e 2009).
ZAGUEIROS
O capitão
de Scolari teve um dos começos mais difíceis até estourar no Fluminense em
2007. Virou profissional no RS Futebol (time de Paulo Cesar Carpegiani, hoje rebatizado
Pedrabranca FC), passou pelo time B do Porto e o Dínamo de Moscou, da Rússia,
onde contraiu tuberculose e quase morreu. A volta por cima no tricolor carioca
o credenciou para um retorno à Europa, dessa vez como jogador de alto quilate.
Após quatro anos no Milan, Thiago Silva foi para o milionário time do PSG, onde
é capitão e acaba de ser campeão francês.
DAVID LUIZ (Vitória)
reprodução: CBF
O zagueiro
de cabeleira vistosa também passou por grandes obstáculos em seu início.
Rejeitado na peneira do São Paulo, David Luiz só conseguiu se profissionalizar
no Vitória, da Bahia, em 2005. Da terra de todos os Santos, ele foi para o
Benfica. Foram quatro anos no Estádio da Luz até ser vendido a peso de ouro
para o Chelsea (25 milhões de euros). Atualmente joga como volante no esquema de
José Mourinho.
O baiano
surgiu em 2002 no Juventude-RS e, sem precisar passar por clubes do eixo Rio-São
Paulo, transferiu-se para o Lille, em 2004. Após duas temporadas no
futebol francês, passou outras três no futebol belga (Charleroi e Standard
Liège), até chegar na Alemanha em 2009, pelo Borussia Mönchengladbach. Está no Bayern
de Munique desde 2012 e já faturou dois campeonatos alemães e uma Liga dos
Campeões da Europa.
HENRIQUE (Coritiba)
reprodução: CBF
A maior surpresa de Felipão foi revelada pelo Coritiba em 2006. As boas atuações na série B do campeonato
brasileiro no ano seguinte despertaram o interesse do Palmeiras. No Parque Antártica,
o zagueiro teve destaque na conquista do Paulista de 2008, que tirou um jejum
alviverde de 12 anos. Foi o suficiente para chamar a atenção do Barcelona, que
o contratou. Sempre emprestado a outros clubes, todavia, o zagueiro não conseguiu
se firmar no clube catalão e retornou ao Palmeiras em 2011. Novamente no
verdão, Henrique reencontrou seu bom futebol sob o comando de Felipão, o que
lhe rendeu nova transferência para a Europa neste ano (para o Napoli, da
Itália) e presença garantida na Copa do Mundo.
Recentemente nos holofotes por ironizar insultos racistas ao comer uma banana
em campo, Dani Alves subiu ao profissional do tricolor baiano em 2001, aos 18
anos. Dois anos depois já estava no Sevilla, da Espanha, onde passou seis
temporadas até ser contratado pelo Barcelona. Campeão de tudo no clube culé,
vai para a sua segunda Copa do Mundo –
foi titular em 2010, atuando no meio campo.
MAICON (Cruzeiro)
reprodução: CBF
Outro
titular na última Copa, Maicon é o segundo da lista a ser lançado pelo
Cruzeiro. Apesar de ter jogado nas categorias de base do Criciúma, só apareceu no time de cima da
raposa de 2001. Integrou o elenco que conquistou a tríplice coroa em 2003 e foi
vendido ao Monaco no ano seguinte. Porém, viveu seu melhor período na
Internazionale de Milão, onde passou seis anos, de 2006 a 2012. Após passagem apagada
por Manchester City, reencontrou seu futebol na Roma, onde carimbou seu
passaporte para a Copa.
O mais
novo defensor da lista (terá 26 anos à época da Copa) é um dos poucos casos de
ascensão rápida. Revelado nas Laranjeiras em 2005, entrou para a seleção do
campeonato brasileiro de 2006 e foi vendido ao Real Madrid no mesmo ano. No clube
merengue, porém, só conseguiu se firmar como titular temporadas depois, tendo
sido eleito o melhor lateral esquerdo atuando na Europa por duas oportunidades.
Fez parte das seleções medalhas de prata nas Olimpíadas de Pequim 2008 e em Londres 2012.
O terceiro atleta da lista a ser “draftado” pela celeste surgiu em
2000 e no ano seguinte já seguiu para o Ajax, da Holanda. No currículo, apenas clubes de alto escalão. Após cinco anos nos países baixos, o lateral esquerdo foi para a Inter
de Milão. Em 2009, foi contratado pelo Barcelona, onde sempre esteve à sombra
do francês Abidal. Somente em 2011, quando foi para o PSG, que Maxwell teve
mais chances de mostrar seu futebol regular e consistente, que convenceu
Felipão a convocá-lo.
MEIO CAMPISTAS
LUIZ GUSTAVO (Corinthians-AL)
LUIZ GUSTAVO (Corinthians-AL)
O paulista de
Pindamonhangaba foi formado pelo Corinthians de Alagoas em 2006. Depois de
passar por CRB, foi direto para a Alemanha, chegando ao Hoffenheim em 2008. Um
dos principais destaques da equipe nas temporadas seguintes, o volante foi
comprado pelo gigante Bayern em 2011, onde foi campeão alemão e vice-campeão da
Liga dos Campeões da Europa. Está em sua primeira temporada no Wolfsburg e é um dos pilares do meio de campo dos lobos.
O talismã das
conquistas da Libertadores e do Mundial de 2012 do Corinthians não surgiu das
categorias de base alvinegras. Paulinho despontou para o futebol em 2006, pela
equipe do Pão de Açúcar - hoje Grêmio Osasco Audax. Aventurou-se no futebol
lituano e polonês e voltou para o Audax, vendido depois ao Bragantino. Foi
apenas na equipe do interior paulista que o volante despertou o interesse do
Corinthians, onde viveu seu auge em 2012. Atualmente, não vem bem no Tottenham, da Inglaterra, e está na reserva.
FERNANDINHO (Atlético-PR)
reprodução: CBF
O paranaense foi revelado aos 17
anos pelo Furacão. Pelo clube, foi vice-campeão da Taça Libertadores da América em 2005. Em
treze anos de carreira, defendeu apenas mais dois times: O Shakhtar Donetsk
(de 2005 a 2013) e o Manchester City, onde vem se destacando em sua primeira
temporada na terra da rainha.
HERNANES (São Paulo)
reprodução: CBF
Único jogador nascido em Pernambuco
a ser convocado, Hernanes começou sua carreira a mais de 3.000 km de casa. Foi no
São Paulo, onde se destacou no time de Muricy Ramalho que foi tricampeão
brasileiro entre 2006 e 2008. Em 2010, chegou à Lazio. Em quatro temporadas
tornou-se líder em campo e ídolo da torcida. Vendido à Internazionale neste
ano, chorou ao ser homenageado pelos torcedores branco-celestes.
OSCAR (São Paulo)
reprodução: CBF
Encarregado de ser o principal
meia de criação da seleção, Oscar é mais um exemplo de ascensão meteórica. Aos 22 anos, o atleta já
está há duas temporadas no Chelsea. Mas o início de carreira no São Paulo foi
marcado por uma grande polêmica. Com poucas oportunidades no time titular, rompeu
contrato e quis transferir-se para o Internacional de Porto Alegre. O caso foi
parar na justiça e só terminou com o pagamento de 15 milhões de reais ao clube
paulista. Com o fim do imbróglio, o meia foi bem no clube gaúcho, onde foi
bicampeão gaúcho em 2011 e 2012, até ser vendido ao Chelsea por cerca de 25
milhões de libras.
RAMIRES (Joinville)
reprodução: CBF
O volante considerado um dos mais
rápidos do planeta começou sua carreira profissional no Joinville aos 18 anos.
Contratado pelo Cruzeiro em 2007, foi o destaque do time no Brasileirão do ano
seguinte, tendo sido eleito o melhor volante do campeonato. Integrou também o
elenco vice-campeão da Libertadores em 2009, quando o time celeste perdeu a final
em casa para o Estudiantes da Argentina. No mesmo ano, o atleta franzino era
levado para a Europa pelo Benfica. Uma temporada excelente em Portugal já foi
suficiente para que Ramires fosse o alvo de mais uma contratação milionária do
Chelsea: 22 milhões de libras. Desde 2010 nos Blues, Ramires foi peça-chave na
conquista inédita da Liga dos Campeões em 2012.
Integrou o elenco do Corinthians que
conquistou a Copa São Paulo de Futebol Júnior em 2005, à época com apenas 16
anos. Subiu ao profissional apenas no ano seguinte, quando o time era treinado
por Émerson Leão. Vendido ao Shakhtar Donetsk em 2007, ganhou tudo com o time da
Ucrânia até ser contratado pelo Chelsea em 2013.
Mais novo
entre os 23 convocados, o baixinho de apenas 21 anos e 1,64 metro começou e
explodiu no galo de Belo Horizonte. Em um período de quatro anos, foi revelado,
ganhou a taça Libertadores e já enfrenta os desafios nas geladas terras
ucranianas, defendendo as cores do Shakhtar Donetsk.
O camisa 10 e
maior esperança brasileira em 2014 começou sua carreira em terras caiçaras.
Desde os campeonatos escolares de futsal realizados no litoral de São Paulo, via-se um jogador diferenciado. O Santos logo tratou de acolher a jovem promessa. A mística da Vila
Belmiro formava mais um craque de futebol. Da estreia no profissional em 2009,
aos 17 anos, até hoje, aos 22, Neymar tem um currículo espetacular: campeão da
Libertadores (2011), campeão do Sul-Americano sub-20 (2011), campeão da Copa do
Brasil (2010), tricampeão Paulista (2010 a 2012) e vice-campeão olímpico (2012),
além de ter sido premiado com o Prêmio Puskas de gol mais bonito do mundo de 2011. No
Barcelona desde 2013, ainda tem chances de levantar o caneco do Espanhol nesta
temporada.
FRED (América-MG)
reprodução: CBF
O primeiro
momento de destaque do camisa 9 da seleção brasileira foi numa Copa São Paulo
de Futebol Júnior, há distantes 11 anos. Em janeiro de 2003, Fred acertou uma bala do meio
de campo logo após o pontapé inicial, aos 3 segundos de jogo contra o Vila Nova-GO. É o gol mais
rápido da história do futebol brasileiro. O gol antológico lhe deu visibilidade para
depois jogar no profissional do coelho e no Cruzeiro. Da raposa foi um pulo para o Lyon, da França, onde
ficou por 4 anos. Durante esse período, foi reserva na Copa do Mundo de 2006 e
marcou um gol contra a Austrália. Desde 2009 é o artilheiro do Fluminense,
tendo sido bicampeão brasileiro (2010 e 2012).
HULK (Vitória)
reprodução: CBF
Promovido em
2004 pelo clube baiano, Hulk partiu no ano seguinte para um período de
quatro anos divididos entre três times do Japão. O futebol apresentado no Tokyo Verdy fez
o Porto tirá-lo de lá. Em cinco temporadas, Hulk tornou-se ídolo e homem-gol dos
dragões, para ser comprado a peso de ouro pelos petroeuros do Zenit, da Rússia,
em 2012. 55 milhões de euros, preço salgado que ainda hoje é contestado pela torcida.
O centroavante
reserva de Felipão se acostumou cedo a ganhar títulos. Em 2004 e 2005, foi
bicampeão da Copinha com o Corinthians, tendo sido promovido ainda em 2004, para
a disputa do campeonato paulista. No ano seguinte foi campeão brasileiro. Vendido ao CSKA da Rússia em 2006, Jô atuou
por quatro times diferentes entre Rússia, Inglaterra e Turquia até voltar ao
Brasil em 2011 para jogar no Internacional. Desde 2012 no Atlético Mineiro, Jô
encontrou o futebol que ajudou o galo a
ser campeão da Libertadores em 2013 e o ajudou a compor a seleção brasileira que venceu a Copa das Confederações no mesmo ano.
CLUBES FORMADORES/ NÚMERO DE ATLETAS
CRUZEIRO - 3
CORINTHIANS - 2
SÃO PAULO - 2
VITÓRIA - 2
AMÉRICA-MG - 1
ATLÉTICO-MG - 1
ATLÉTICO-PR - 1
BAHIA - 1
CORINTHIANS-AL - 1
CORITIBA - 1
FLAMENGO - 1
FLUMINENSE - 1
JOINVILLE - 1
JUVENTUDE - 1
PÃO DE AÇÚCAR - 1
PAULISTA - 1
RS FUTEBOL - 1
SANTOS - 1
TOTAL - 23
TOTAL - 23
Fontes: zerozero.pt e esporte.uol.com.br
Imagens retiradas e reproduzidas do site da CBF
www.cbf.com.br
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