quarta-feira, 28 de maio de 2014

Ex-jogador explica como é a vida na base

     Ele atuou grande parte da curta carreira no Rio Branco, e quando saiu nunca foi para tão longe. Tentou a sorte no Paulínia, no Campinas, na Ponte e acabou voltando ao Rio Branco onde assinou contrato profissional. Disputou a Copa São Paulo de 2010 e no mesmo ano enfrentou o pior adversário de sua vida, um câncer no sistema linfático. O momento duro que teve um final feliz mas, como uma das consequências, o fim de sua carreira no futebol. José Milton da Costa Neto, campineiro de 23 anos e formado em administração no fim do ano passado, divide nessa entrevista as experiências vividas por ele no futebol de base.


Indústria de base - Conte da sua carreira de como decidiu ser jogador, e as razões pelas quais acabou escolhendo por não seguir nesse caminho. 

José Milton - Sempre joguei bola, desde criancinha e cheguei em uma certa idade em que comecei a me dedicar a me tornar profissional. Com 14 anos, comecei a jogar no Rio Branco de Americana, entrei na equipe sub-15, joguei também no sub-17 e em uma curta saída passei pelo Campinas, pelo Paulínia e pela Ponte. Voltei para o Rio Branco, novamente sub-17, sub-20, joguei uma copa São Paulo em 2010 e me profissionalizei lá. Assinei meu primeiro contrato profissional no fim de 2009, aí parei de jogar no meio de 2010, depois da copa São Paulo, por que  eu  eu descobri uma doença, tive um câncer no sistema linfático. Me tratei e depois que eu me curei resolvi não voltar a jogar. Eu estava em uma idade que eu não podia mais jogar a copa São Paulo, se eu fosse para o profissional seria para campeonatos muito ruins e eu não queria isso, já estava fazendo faculdade e teria que trancar para jogar uma quarta divisão de campeonato paulista, então eu decidi ficar só na faculdade


IB - A gente sabe que muitos meninos nem na base conseguem entrar e que para se tornar profissional o desafio é maior ainda. Como sua família passava a ideia de que era importante se preparar também para uma vida fora dos gramados caso o futebol não desse certo? 

JM - "Minha família me apoiava bastante no que eu queria fazer que era me tornar jogador, me deu todo o apoio possível, só que ao mesmo tempo exigiam bastante de mim na escola desde pequeno. Entrei direto na faculdade levando paralelamente os treinos, jogando no sub-20 do Rio Branco. Então eu estava preparado para parar de jogar se isso viesse a acontecer".


IB - Mesmo jogando sempre relativamente perto da sua cidade, você chegou a viver em alojamento?

JM -"Eu morei tanto em casa quanto em alojamento. Tinha uma época que eu morava em Campinas e ia para Americana todo dia e voltava, quando ainda estava na escola. Na época da faculdade eu comecei a morar no alojamento, eu ia de van para a faculdade, era mais fácil".



IB - Muitos garotos dividiam os treinos com os estudos, como você, ou você era uma exceção?

JM - "Eu era uma exceção sim, no Rio Branco eu joguei 5 ou 6 anos e conheci mais um jogador lá e que fazia faculdade também, ele era mais velho que eu e fazia esse mesmo esquema, ia para a faculdade, morava no alojamento e ia de van. Durante esses anos éramos eu e ele que fazíamos faculdade paralela aos treinos. Se eu não me engano ele parou de jogar, esteve no Palmeiras depois que ele saiu do Rio Branco, acho que depois de um tempo ele parou".


José Milton, de preto/Arquivo pessoal
IB -Os jogadores que assim como você cursam a faculdade paralelamente aos treinos tendem a a escolher pela faculdade dada a dificuldade da carreira?

JM - "Acho que depende muito, a pessoa se sente mais segura para parar de jogar caso ela veja que não vai dar certo. Ela sabe que pode se dar bem em outro lugar, tem a segurança de que tem outro rumo para seguir. Mas acho que se tudo estiver dando certo, se for para um profissional, se ela estiver tendo oportunidade se for aparecendo essa oportunidade ela vai levando os dois até o momento que dá. Acho que mesmo quem faz faculdade quer mesmo é seguir jogando, se for dando certo ela tenta jogar, terminar a faculdade e continuar jogando para ter uma profissão depois de parar, mas se sente mais segura para parar caso veja que não está dando certo".


IB - Existe o incentivo dos clubes para que os meninos estudem continuem conciliando o colégio com a carreira ou isso é visto pelas instituições mais como uma obrigação? 

"Os clubes até incentivam, levam e buscam na escola os alojados tentam acompanhar ao máximo, mas em um clube pequeno isso é mais difícil por que não tem tantos profissionais para acompanhar, para cobrar, eles tentam fazer o máximo". 


IB - Você enxerga uma boa vontade nesse sentido?


JM - "Tem sim, o problema é que muito moleque não quer, isso dificulta. O moloque não quer, às vezes ele é muito bom e o clube não pode perder por que é ele no clube que tem mais chance de virar jogador, mesmo assim os clubes tentam acompanhar, matricular". 


IB - Sobre exploração de menores, você citou o aliciamento de atletas(em conversas anteriores à entrevista). Como isso funcionava? Como você ficava sabendo e o que você acha que poderia ser feito para que houvesse uma melhor fiscalização?*

JM - "Eu jogava em um clube mas tinha muitos amigos de outros e há essa conversa, troca de histórias. Tem muita gente que acaba saindo com outras pessoas, com maiores de idade, meninos até menores de idade  que fazem isso em troca de dinheiro, de chuteira. Isso acontece bastante e é difícil controlar por que às vezes era em alguma folga do atleta, às vezes o atleta foge, fala que vai dormir na casa de um amigo e acaba saindo com essas pessoas que oferecem par de chuteira, dinheiro e fica complicado denunciar por que eles aceitam isso, não contam para ninguém então acaba sendo bem pouco falado".


IB - Existem casos de treinadores ou algum outro funcionário do clube que se utiliza de sua posição hieráriquica para se aproveitar dos garotos?*

JM -"Eu já ouvi histórias, mas nunca presenciei, nunca trabalhei com um técnico assim só ouvi falar mesmo, eu ouvia que acontecia há um tempo, mas próximo a mim nunca aconteceu acho que pode ter acontecido com gerações anteriores a mim". 


IB - Existe alguma coisa que poderia melhorar para que o jovem futebolista da categoria de base possa se tornar uma pessoa mais completa independente de carreira que siga?

JM - "Acho que os clubes grandes, que tem mais recursos estão bem estruturados nesse sentido, para dar esse apoio, particular, pessoal, para os atletas das categorias de base. Agora nos pequenos realmente é complicado por que são poucos profissionais, poucos recursos, então eles acabam focando na parte do campo mesmo, na parte de formação do atleta. Na verdade todos tentam, até os pequenos estão conscientes dessa formação, mas o clube acaba não tendo recurso para criar essa estrutura, eles acabam ajudando na formação das pessoas que querem ser ajudadas, tem outros que não querem e acabam tomando outro caminho. Em alguns clubes a estrutura é precária para fazer isso, apesar de a maioria ter a consciência da necessidade dessa formação".


*Outros casos de abusos na base vieram à tona e ganharam espaço na mídia

Marcelo - O Goleiro Marcelo Marinho denunciou em 2005, em entrevista coletiva quando atuava pelo Corinthians, que aos 12 anos era assediado pelo preparador de goleiros da base do Vasco, em 1997. 

Willian -  Em entrevista ao Lance quando jogava no Shaktar o meia, que vai disputar a Copa do Mundo no Brasil, declarou:

"todo mundo sabia o que acontecia lá".

"Nenhum jogador vai falar, mas tenho certeza de que tinha lá. Graças a Deus, nunca fui convidado (para o sítio do diretor da base). E, mesmo que fosse, não iria. Sabia que alguma coisa de ruim podia acontecer"

Fabinho Fontes - Também quebrou o silêncio, denunciou os abusos que aconteciam na base do Corinthians na década de 90, depois de condenado a oito anos de cadeia por abusar de uma menina de 5 anos. 

PLACAR/ Maio de 2013 - Diversos casos de treinadores que se aproveitam da vulnerabilidade e do sonho dos garotos para atraí-los a suas armadilhas foram denunciadas em reportagem publicada pela Revista Placar em maio de 2013.

Fontes:

terça-feira, 27 de maio de 2014

Campeões da Copinha [2006 - América de Rio Preto]

O América de Rio Preto-SP fez a final da Copa São Paulo de 2006 contra o Comercial de Riberão Preto-SP. A decisão só veio nos pênaltis, depois do 0 a 0 no tempo regulamentar os riopretenses puderam comemorar o título inédito com o placar de 3 a 1 nas penalidades. Os jogadores que entraram em campo naquela tarde no Pacaembú foram:



André Zubá
ogol.com.br
O goleiro passou também pelo Palmeiras e depois rodou o Brasil atuando por: Remo, Avaí, Juventus-SP, São Bento, Santa Cruz, Metropolitano, Bragantino, Catanduvense, São José, União da Ilha da Madeira-POR, Marília, Botafogo-PB, Leganes-ESP, Caxias e Guarany de Sobral. Hoje defende o Fortaleza.


Régis
ogol.com.br
O zagueiro da equipe americana segue no futebol e disputou, no primeiro semestre de 2014, a A-2 pelo Capivariano que conseguiu o acesso e o título da competição.


Wellington - É corretor de imóveis em São Paulo


Polly - Não encontrado


Gilmar - Gilmar é encarregado de produção em uma fábrica de móveis em Mirassol




Jeferson
ogol.com.br
Depois do América passou por São Bernardo, Atlético Sorocaba,Catanduvense, Francana, Concórdia, e defendeu novamente o Catanduvense na A-2 de 2014.



Leandro Rincón - Comercializa produtos de limpeza em Rio Preto


Elias Negão -  Trabalha na empresa de laticínio do pai em Jaciara-MT


Nenê - Não econtrado


Cristiano - Foi procurado para defender o América na série A-3 de 2014 e não demonstrou interesse, o América acabou rebaixado. Jogou em 2013 no Batatais


Julio César - Não encontrado

Fontes:
www.ogol.com.br
Diário da região

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Ídolos corintianos falam sobre a base

     No último sábado(24) foi realizada no Parque São Jorge a inauguração de um busto em homenagem ao craque Rivellino. Na cerimônia, além do reizinho do parque, estavam presentes ídolos corintianos como o herói do título paulista de 77, o ex-atacante Basílio, e o ex-lateral Zé Maria, que fez história na década de 70 com a camisa alvinegra  conquistando o paulista em 77 e 79 além de fazer parte do elenco da democracia bicampeão paulista em 82 e 83, o conselheiro do clube Antonio Roque Citadini também estava lá. O Indústria de Base aproveitou a oportunidade para conversar com os presentes sobre a o futebol de base, os problemas enfrentados na formação dos jovens atletas, a homenagem e o primeiro gol marcado pelo Riva na Arena Corinthians.



O homenageado


"Realmente especial na minha vida, um momento único, um momento em que eu fico eternizado no Corinthians e eu só tenho a agradecer às pessoas pelo carinho e pelo reconhecimento pelo que o Rivellino representou para o Corinthians. Eu já dormia tranquilo por que eu sabia da minha passagem aqui, procurei fazer o melhor, procurei fazer o máximo possível então eu tinha minha consciência tranquila, mas sempre ficou  uma coisa mal resolvida quando eu saí, então hoje pelo menos as coisas estão no eixo e eu durmo mais tranquilo ainda e fico muito feliz por essa homenagem. Vou agradecer ao Andrés, ao presidente Mario Gobbi, ao Roberto Andrade, ao pessoal que fez questão que o Rivellino tivesse seu busto aqui." 


Sobre o gol no Itaquerão


"Aquela também foi uma homenagem fantástica, foi interessante que os jogadores e os torcedores queriam que o Rivellino batesse e não é minha praia bater pênalti. Eu cheguei para o Ronaldo e falei, Ronaldo vem cá querido você cai para um lado que eu vou bater no outro não vai complicar a minha vida. Ele falou, não Riva fica tranquilo. Aí eu fiz o meu gol e graças a deus foi muito bonito." 

O cartola, sobre o perigoso encanto da vida de jogador

"Os jogadores na maior parte vem de camadas sociais pobre se de repente começam a conviver com essa coisa do futebol às vezes dá uma grande projeção, dá dinheiro então as pessoas precisariam aprender para isso. Nós chegamos a contratar uns economistas que fizeram uns cursos para eles. Um problema da categoria de base é a bebida, as pessoas bebem cerveja desde cedo, tudo bem beber cerveja pra quem queira beber, agora para um atleta é um horror. A difculdade é que é gente de família simples e que de repente a primeira idéia é comprar um enorme carrão".

O Super Zé e o trabalho social

Zé Maria posa para foto no evento/Arthur Sales
"O clube tem a obrigação pelo menos de dar oportunidade, agora a sequência da vida pessoal ou carreira do jovem que vem fazer a atividade esportiva depende muito dele. Infelizmente a gente não tem essa estrutura para dar esse suporte à esse jovem, mas seria interessante se criar alguma coisa nesse sentido".

Fundação casa

"Tem muitas coisas para fazer, hoje eu faço um trabalho na fundação casa com esses adolescentes que estão em litígio com a justiça e a gente tenta pelo esporte dar oportunidade para que eles façam a atividade e na sequência a parte cultural da fundação tenta fazer um encaixe caso eles não consigam ser um jogador de futebol. Acho que o mesmo poderia ser feito nos clubes, aquele jogador que não tem essa oportunidade de seguir carreira pelo menos esteja preparado para outra atividade".


 O Pé de anjo e a persistência

"Quando ele é dispensado ele tem que continuar em busca do seu sonho, pode ser que não seja naquela equipe da qual ele foi dispensado mas pode ser que ele seja aprovado em outra equipe, isso é parte natural da vida do próprio ser humano. Infelizmente os clubes não tem essa preocupação, o que é errado, quem tem que se preocupar com isso são as pessoas ao redor do adolescente, a família".

domingo, 25 de maio de 2014

Mais entrosado, Brasil vence a segunda em Toulon

       
Lucas Evangelista e Ademilson correm para o abraço. São-paulinos estão em alta na seleção sub-21 (Reprodução: ESPN.COM.BR)

       Jogando em Hyères, cidade vizinha à Toulon, a seleção brasileira sub-21 derrotou a Colômbia em seu segundo compromisso no torneio. Com a vitória por 2 a 1, o que se viu foi um time mais entrosado e que soube dominar as ações durante quase todo o jogo.
     Logo aos dois minutos, a primeira chance brasileira. Após cruzamento da intermediária, o goleiro Vasquez saiu mal e a bola sobrou para o zagueiro Marquinhos, que de cabeça mandou na trave. Após o lance, o jogo esfriou em emoção, mas sendo controlado pelo Brasil, que detinha maior posse de bola. Outra boa chance só veio aos 16, quando Wendell correu até a linha de fundo e cruzou para Thalles. O atacante finalizou de letra, mas parou em boa defesa de Vasquez, à queima roupa. A Colômbia só chegou com perigo aos 25, em chute de Torres que saiu por cima do gol de Marcos. 
     O jogo só esquentaria novamente aos 38 minutos. O são-paulino Ademilson invadiu a área pela esquerda e foi derrubado por Tello. Pênalti assinalado pelo português João Capela. O próprio Ademilson cobrou e abriu o placar. 1 a 0 e fim de papo no primeiro tempo.
       A segunda etapa veio com maior volume de jogo. Aos oito minutos, o cruzeirense Alisson recebeu na área e emendou um belo chute que explodiu no travessão de Vasquez. Aos 17, o volante Rodrigo Caio apareceu bem no ataque, tabelou com Thalles e tocou na saída do goleiro para ampliar. Mais um gol de um são-paulino.
       O segundo gol mexeu com los cafeteros, que buscaram rápida reação. Dois minutos depois, o zagueiro Marquinhos tentou frear o ataque colombiano e acabou recuando para Marcos, que defendeu com as mãos. Na cobrança do tiro livre indireto, o atacante Joao Rodriguez tirou bem da barreira brasileira postada quase na linha do gol e diminuiu para a Colômbia.
       Dario Rodriguez teve a chance de empatar a partida aos 36, mas chutou pra fora. Com o resultado, o Brasil chegou a liderança isolada do grupo B, com seis pontos em dois jogos. O próximo jogo é já na segunda-feira (26), contra a Inglaterra. Já no jogo que antecedeu a partida deste sábado, Coreia do Sul e Catar empataram em 1 a 1.


FICHA TÉCNICA: BRASIL 2X1 COLÔMBIA

24 de maio de 2014
Estádio Perruc, em Hyères (França)
Árbitro: João Capela (Portugal)

Gols: Ademilson aos 39' do 1º tempo e Rodrigo Caio aos 17' do 2º (Brasil)
Joao Rodriguez aos 22' do 2º tempo (Colômbia)

Brasil: Marcos, Gilberto, Marquinhos, Doria (c), Rodrigo Caio, Wendell (D.Santos 36’ do 2º T) , Leandro (Luan, 1’ do 2º T), Thalles, Ademilson (L.Silva 24’ do 2º T), Alisson, Lucas Evangelista (Alison 11’ do 2º T). Técnico : Alexandre Gallo

Colômbia: Vazquez, Londono, Quintero, Tello (Orejuela 13’ do 2º T), Arango (Borre 35’ do 1º T), Zapata (D.Rodriguez, 30 do 2º T), Torres (J.Rodriguez 14’ do 2º T), Sanchez, Ayala (c), Quinones, Renteria. Técnico : Carlos Restrepo

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Campo x Classe

Um dos grandes desafios na vida de um atleta de base é conciliar a rotina de treinos e jogos com os estudos, na maioria das vezes as aulas são no período noturno e o gasto com escolas particulares não está dentro do orçamento nem do clube, nem da família. A efemeridade da vida de quem a cada seis meses pode mudar de endereço é outra dificuldade comum no cotidiano dos jovens futebolistas. Essas circunstâncias permitem colocar a formação educacional no rol de problemas estruturais das categorias de base no Brasil. Pouco existe no país a preocupação com o impacto que a vida de atleta terá na vida escolar e a última normalmente fica em segundo plano.

Danilo Claro de Assis, de 26 anos e natural de Cabrália Paulista(360 Km de São Paulo), passou ao longo de cinco anos por quatro clubes diferentes. Ele explica como era a vida dividida entre aulas e treinos "Por conta dos treinamentos só dava pra ser matriculado no período noturno, e tudo em escola publica pois tinha que ser a mais próxima do alojamento onde os atletas ficavam". Ele também revela que dentro da escola, por sua condição, os atletas contavam com a colaboração dos professores  "é um pouco impossível você encontrar uma escola pública no período noturno onde você consegue absorver algum conhecimento. As aulas eram bem fracas e com desinteresse tanto dos alunos como dos professores, que por  sermos atletas dos clubes até ajudavam a gente nas notas ". A falta de cobrança acabava abrindo brechas e afastando alguns atletas do colégio "vi muito atleta passar de ano sem conhecer o prédio da escola", conta Danilo.

Depois de se lesionar próximo a data de testes para ingressar na equipe do Joinville, Danilo aproveitou para se dedicar integralmente aos estudos "quando pensei que não iria dar para ficar no Joinvile me vi sem clube e sem estudos, pois estudei em 6 escolas diferente no meu ensino médio, e essas mudanças atrapalhavam bastante o aprendizado. Foi quando aproveitei o tempo parado por conta da lesão, fiz um semi extensivo em um cursinho em Bauru e consegui passar na Unesp", diz. Danilo não tentou ingressar em nenhum outro clube depois de aprovado no curso de educação física .

É quase inevitável que em algum momento o atleta da base tenha que escolher entre apostar na carreira ou seguir estudando, lembrando que por carências sociais há os que não tem essa segunda opção. Para os atletas que tem condições porém, abrir mão não é obrigatório, Patrick Felipe, o meia que disputou a Copa São Paulo pelo Aquidauanense-MS, comentou na época do torneio que além da expectativa de ser descoberto na competição estudava a possibilidade de ingressar em uma faculdade norte-americana com bolsas oferecidas para atletas estrangeiros.Os programas não são alternativas viáveis para todos os atletas, pois os valores cobrados pelas empresas que oferecem os jogadores para as instituições são excludentes, apenas os honorários pelo serviço oferecido nos pacotes mais básicos custam R$ 4 mil reais.

Quem pode arcar está fazendo da escolha uma têndência como conta Luciano Brunetti Virgílio, sócio de uma empresa que agencia atletas-estudantes "Está cada vez mais comentado o assunto entre os jogadores de base, devido a alta competitividade que existe no Brasil eles se aventuram em fazer faculdade e jogar nos Estados Unidos. Se o atleta se destacar durante os 4 anos, ganhar premiações dentro de campo e academicas ele pode ser convidado para fazer o draft(como na NBA) e depois ser selecionado por alguma equipe profissional", explica.

As estruturas educacionais de nível superior do Brasil e dos Estados Unidos possuem muitas diferenças não há como fazer uma comparação simplista e muito menos "copiar" um modelo tão diferente, mas encontrar uma maneira de adaptar essa estrutura, que possibilita o desenvolvimento educacional e esportivo, ao futebol de base nacional já nos níveis básico e médio é pauta urgente para o futuro dos nossos jovens craques.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Brasil joga 'para o gasto' e vence na estreia do Torneio de Toulon sub-21

       
Jogadores comemoram o gol de Thalles (9), o primeiro do jogo (Reprodução: ESPN.COM.BR)

       A seleção brasileira sub-21 venceu na estreia do Torneio de Toulon, na França. Nesta quinta-feira (22), os comandados de Alexandre Gallo jogaram o suficiente para bater a Coreia do Sul por 2 a 0, com gols dos atacantes Thalles (do Vasco da Gama) e Luan (do Grêmio). Destaque também para o goleiro Marcos, do Fluminense, que defendeu um pênalti quando o placar ainda apontava 0 a 0.

O jogo

       A Coreia criou a primeira oportunidade de gol aos 2 minutos, em chute que saiu à esquerda da meta de Marcos. Aos 9 minutos, Kim Hyun recebeu cruzamento da direita e chutou pro gol. A bola bateu no braço do lateral-esquerdo Wendell e o árbitro belga Jérôme Efong Nzolo marcou o pênalti. O próprio Hyun bateu forte no canto direito, mas o goleiro Marcos saltou bem, espalmando para escanteio.
     A primeira chance brasileira veio aos 15 minutos, com um chute do atacante Leandro, que saiu por cima do gol de Dong-Joon. Aos 19, o meia Alisson recebeu na esquerda e chutou cruzado, rente ao gol.
     Com a defesa sul-coreana bem postada, o gol brasileiro só saiu aos 26. Após cruzamento de Lucas Evangelista, a zaga afastou mal e a bola sobrou na entrada da área para Thalles, que chutou e ainda contou com o desvio do zagueiro para confundir Dong-Joon.
      No segundo tempo, a Coreia continuou a criar poucas chances de gol e o jogo esfriou. Aos 35 minutos, Luan recebeu lançamento, driblou o zagueiro e o goleiro mas chutou em cima do capitão Je-Min. Cinco minutos depois, não teve jeito. Em mais uma ótima jogada individual, o atacante do Grêmio arrancou do meio de campo, passou por três defensores e tocou na saída do goleiro para fechar a vitória.

Luan passa por três sul-coreanos para ampliar (Reprodução: ESPN.COM.BR)

Próximo compromisso

          O Brasil volta a jogar no sábado (24) contra a Colômbia, em reedição da final de 2013, vencida pelos canarinhos. A seleção está no grupo B ao lado de Coreia do Sul, Catar, Inglaterra e Colômbia. Nos jogos de abertura do torneio nesta quarta-feira (21), duas vitórias de europeus sobre países latinos pelo grupo A: Portugal 2x0 México e França 3x0 Chile.
        O torneio anual de Toulon está em sua 42ª edição e já serviu de laboratório para jogadores como Cafu, Taffarel, Stoichkov, Zidane, Kaká e Cristiano Ronaldo. Os maiores vencedores são os donos da casa, os franceses, com 11 títulos. Neste ano, as dez seleções participantes estão divididas em dois grupos, com jogos disputados em dois tempos de 40 minutos. A final será em 1º de junho. A seleção brasileira já venceu o torneio por sete vezes - sendo a atual campeã.  Para os canarinhos, esse é o principal torneio de base em um ano sem competições FIFA ou Conmebol.

FICHA TÉCNICA: BRASIL 2 X 0 COREIA DO SUL

22 de maio de 2014
Complexo esportivo Léo Lagrange, em Toulon (França)
Árbitro: Jérôme Efong Nzolo (Bélgica)

Gols: Thalles aos 26 do minutos do 1º tempo e Luan aos 40 minutos do 2º tempo.

Brasil: Marcos, Gilberto, Marquinhos, Dória, Rodrigo Caio, Wendell, Leandro (Luan, 14' do 2ºT'), Thalles, Ademilson (Alison, 37' do 2º T), Alisson (Lucas Piazon, 32' do 2º T) e Lucas Evangelista.
Técnico: Alexandre Gallo.

Coreia do Sul: Kim Dong-Joon, Yong Hwan, Je-Min, Jusung (Ilsoo, 14' do 2º T'), Sang Min, Changmin (Changhyeon, 4' do 2º T), Suwoo, Chang Jin (Hyunsoo, 29 do 2º T'), Gwanghun (Hyunbeom, 54'), Hyun e Seung Woo. Técnico: Lee Kwang Jong.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Inglaterra campeã européia sub-17

Foi nos penâltis que os ingleses garantiram o título em cima da Holanda, com o empate em 1 a 1 no tempo normal caiu nas mãos do goleiro Freddie Woodman, do Newcastle, o título de herói da partida. O jovem arqueiro defendeu a cobrança de Dani van der Moot, do PSV Eindhoven, e abriu caminho para a segunda conquista inglesa na categoria que veio com um "tranquilo" 4 a 1 no placar das penalidades, o primeiro título inglês foi em 2010.

Garotos ingleses comemoram o título na cidade de Ta'Qali, Malta/Foto: Domenic Aquilina

Os clubes que compuseram o elenco campeão foram: Newcastle (2), Chelsea (2), Everton (2), Middlesbrough (2), West Ham(1), Arsenal(1), Charlton(1), Crystal Palace(1), Lens-FRA(1), Manchester United(1), Leeds(1), Ferreirense-POR(1), Southampton(1), Fulham(1), Tottenham (1).

A competição continental dessa categoria é a primeira oportunidade que os futuros craques europeus tem de defender as cores de seu país e muitos dos jogadores que hoje brilham no futebol mundial já se destacaram na disputa vencida hoje pelos ingleses. Nos últimos anos jogadores como Wayne Rooney(2002), Cesc Fábregas(2004), Nuri Sahin(2005) e Toni Kroos(2006) foram nomeados os melhores do torneio e vieram a confirmar as expectativas neles depositadas.

Por outro lado, Cristiano Ronaldo que participou do torneio no mesmo ano em que Rooney foi o eleito o melhor da competição desabrochou de maneira mais espetacular que o colega inglês e outros "melhores do torneio" como o espanhol Bojan Krkic (2007), o sérvio Danijel Aleksić (2008) e o inglês Connor Wickham (2010), acabaram não se mantendo no topo no nível profissional.

Amanhã é a vez do Brasil ir à campo no torneio de Toulon, tradicional competição de base. A seleção sub-21 estréia contra a Coréía do Sul, a partida está marcada para 12:15(Brasília).

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Quem é a surpresa (quase) italiana

Rômulo com a camisa do Hellas Verona - boa temporada garantiu pré-convocação pra Copa do Mundo (Foto: Corriere della Sera)

Há menos de um mês da estreia na Copa do Mundo, a Itália repercute a escolha dos 30 atletas pré-convocados pelo técnico Cesare Prandelli. A Azzurra vem ao Brasil com uma geração ainda em transição, com jovens talentos como os atacantes Balotelli (23 anos, do Milan) e Lorenzo Insigne (22 anos, do Napoli), mas ainda contando com a segurança e a experiência de quatro tetracampeões em 2006 (o goleiro Buffon, o zagueiro Barzagli e os meias Pirlo e De Rossi).
Mas uma das convocações mais surpreendentes foi a do meio-campista Rômulo, do Hellas Verona. O jogador de 26 anos é um dos destaques da equipe no campeonato italiano desta temporada, com seis gols. E ao lado de Thiago Motta, é mais um jogador nascido no Brasil que poderá defender a Azzurra nesta Copa do Mundo.
Apesar de não ser muito conhecido por aqui, Rômulo pode ser lembrado pelos torcedores do Santo André e do Cruzeiro, clubes onde atuou entre 2009 e 2011. No entanto, ao começar a carreira em 2007, aos 20 anos, era um lateral direito que não chegou a ser usado na fatídica campanha que rebaixou o Juventude após 13 anos seguidos na série A do campeonato brasileiro. No ano seguinte passou por Metropolitano e Chapecoense, ambos de Santa Catarina. Polivalente, chegou a atuar também na zaga e fez os primeiros testes no meio-campo do verdão catarinense. Mas só teve mais chances de jogar em 2009, já pelo Santo André.

Em ação pelo Santo André: de rebaixado no brasileirão em 2009 a vice-campeão paulista em 2010. Atuações sólidas chamaram a atenção do Cruzeiro (Foto: ogol.com.br)

Participou de 22 partidas do Ramalhão rebaixado na elite do brasileirão daquele ano, marcando um gol. Na temporada seguinte, foi titular no campeonato paulista, quando o Santo André perdeu a final para o Santos de Neymar, Robinho e Ganso.
O bom futebol apresentado no Paulistão o levou para o Cruzeiro, contratado em julho por R$ 1,25 milhão. Na raposa, atuou em 16 partidas do campeonato brasileiro de 2010, marcando na vitória por 4x2 sobre o Guarani em setembro.
Fora dos planos do técnico Cuca para 2011, foi emprestado ao Atlético Paranaense. O empréstimo, porém, durou pouco. Foram apenas 8 jogos em dois meses até o acerto com a Fiorentina, da Itália, que pagou R$ 5,6 milhões pelo atleta.
Em duas temporadas pela Viola, já como volante, jogou 34 partidas, sendo titular em dezesseis delas e marcando dois gols. Desde agosto de 2013 no Hellas Verona, Rômulo é titular absoluto da equipe, que ocupa a modesta 9ª colocação no calcio a uma rodada do fim. Mesmo assim, a polivalência e a ousadia do volante chamaram a atenção de Cesare Prandelli.

Apenas uma temporada em Verona, 33 jogos e 6 gols - nada mau para um volante (Foto: Corriere della Sera)

A partir de segunda-feira, Rômulo terá a chance de provar que merece estar na lista definitiva. Além das semanas de treinamentos, Itália fará três amistosos antes da Copa: contra a Irlanda, em 30 de maio; contra Luxemburgo, no dia 4 de junho; e já no Brasil, enfrenta o Fluminense no dia 8. A estreia é no dia 14 de junho contra a Inglaterra em Manaus.

Na concentração italiana em Coverciano - testes para convencer Prandelli (Foto: Arquivo pessoal)


Lista da seleção da Itália com 30 pré-convocados (mais o goleiro Mirante, do Parma que treinará com os selecionados)

Goleiros: 
Buffon (Juventus), Perin (Genoa), Sirigu (Paris Saint Germain)

Defensores: 
Abate (Milan), Barzagli (Juventus), Bonucci (Juventus), Chiellini (Juventus), Darmian (Torino), De Sciglio (Milan), Maggio (Napoli), Paletta (Parma), Pasqual (Fiorentina), Ranocchia (Inter)

Meias: 
Aquilani (Fiorentina), Candreva (Lazio), De Rossi (Roma), Marchisio (Juventus), Montolivo (Milan), Thiago Motta (Paris Saint Germain-FRA), Parolo (Parma), Pirlo (Juventus), Rômulo (Verona), Verratti (Paris Saint Germain-FRA)

Atacantes: 
Balotelli (Milan), Cassano (Parma), Cerci (Torino), Destro (Roma), Immobile (Torino), Insigne (Napoli), Rossi (Fiorentina)

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Campeões da Copinha - [2005 - Corinthians]

Na carona da conquista do ano anterior o Corinthians conseguiu o segundo título consecutivo da Copa São Paulo de Futebol Júnior. Com alguns remanescentes e outras caras novas o alvinegro bateu o Nacional da Comendador de Souza por 3 a 1 no Pacaembú.

Júlio César - Bicampeão

Fabiano - Nenhum registro encontrado

Fábio Ferreira
José Luiz Bittar/Gazeta Press




















Saiu para o Noroeste em 2005 e voltou para o Corinthians em 2007, fazendo parte do elenco rebaixado, subiu no ano seguinte. Passou por Grêmio, Vitória, Botafogo e hoje defende Criciúma.

Renato - Nenhum registro encontrado

Ronny - Bicampeão

Bruno Octávio

Tom Dib















Seguiu no Corinthians até 2011, foi emprestado para Bahia e Figueirense nas temporadas anteriores, nunca foi unanimidade entre a torcida apesar de ter participado da campanha do título brasileiro do 2005, também foi rebaixado e subiu com o clube, em 2012 se transferiu para o Paulista de Jundiaí. Seus clubes seguintes foram Araxá-MG, Grêmio Barueri e seu último vínculo foi com o Marcílio Dias nos primeiros meses de 2014.

Carlão

Agência/Lancepress!
















Não participou de nenhuma partida do brasileirão de 2005 conquistado pelo Corinthians. Estreou no profissional no ano seguinte mas só atuou com regularidade no primeiro semestre de 2007, ano do rebaixamento do clube. Se transferiu para o Sochaux-FRA onde atua até hoje.

Elton

globoesporte.com




















O baixinho de 1,56m de altura era uma das grandes esperanças da safra alvinegra, mas acabou não tendo um futuro brilhante no futebol. Emprestado ao São Caetano em 2006 voltou ao Corinthians em 2007 e se transferiu para o Steaua-ROM. Viajou pelo mundo - árabe -, atuou também por Fortaleza e Sport e desde 2010 está no Al Fateh-Arábia Saudita.

Wilson

Diário de S.Paulo















Jogou no Corinthians até 2007, um ano antes passou pelo Paulista de Jundiaí, foi para o Genoa e voltou para o Brasil para jogar no Sport por três anos, participando da campanha do time na Copa Libertadores de 2009 marcando três gols. Jogou um ano no futebol chinês antes de se transferir para o Vegalta Sendai-JAP onde atua até hoje.

Abuda - Bicampeão

Bobô (1 gol no jogo) - Bicampeão

Dinélson (no lugar de Abuda 2 gols no jogo)

Diário de S.Paulo




















Participação discreta no título brasileiro de 2005, como muitos jovens da base do Corinthians não teve muito espaço devido às contratações do parceira MSI. Foi emprestado a Atlético Mineiro, São Caetano e Paraná, voltou ao Corinthians e jogou mais duas temporadas antes de se transferir para o Coritiba. Atuou depois por Paraná, Avaí, Daegu-COR, Tianjin Teda-CHI, Ceará, Paulista e disputou a A-2 do Paulista pelo Red Bull Brasil.

Fonte: www.zerozero.pt

sábado, 10 de maio de 2014

Entrevista: Dassler Marques

O Indústria de base conversou com o repórter do portal Terra Dassler Marques sobre suas impressões referente aos assuntos abordados no blog. O cerne de nossa discussão é o destino dos milhares de garotos dispensados todos os anos pelos clubes espalhados pelo país, estariam eles preparados para a vida fora dos gramados? Dassler escreve desde 2007 sobre o tema e tem vicência para ajudar a montar esse quebra-cabeça.

Dassler(esquerda) cobrindo a Euro 2012 (arquivo pessoal)
Indústria de base - Gostaríamos que você falasse sobre sua carreira, com foco nos trabalhos com categorias de base, e sua ocupação atual. 

Eu sempre fui um desses moleques que só pensam em futebol 24 horas por dia. Meio sem querer resolvi estudar jornalismo e a partir do terceiro ano é que me dei conta de que poderia viver da minha maior paixão. O trabalho com base começou também assim, sem muito planejamento, quando alguns colegas me convidaram para criar um site sobre o tema, o olheiros.net que foi ao ar em outubro de 2007. O olheiros ficou no ar até o fim de 2012, quando já trabalhando no terra havia quase quatro anos, me convidaram para ter um blog a respeito de base, o prata da casa, e mais portas se abriram desde então.Hoje sou repórter do terra e mantenho o blog simultaneamente.

IB - Você acredita que a estrutura do futebol da base no Brasil prepara os jovens para uma provável futura vida fora dos gramados? 
Não, muito longe disso. Fiz até um post recente, após participar de um evento da Unicef em Salvador a respeito disso, onde falei um pouco a respeito do problema. O funil do futebol só garante o futuro de uma pequena fatia dos garotos e infelizmente poucos deles estão preparados para um plano b na vida. É super importante que os meios de comunicação propaguem isso. Houve uma evolução nos últimos anos, é bem provável que sim, mas os clubes devem assegurar o futuro desses meninos com bolsas universitárias a partir dos 19 anos, por exemplo.

IB -  há algo que possa melhorar nesse sentido? o que seria e quem deve fazê-lo? 
 A criação do certificado de clube formador(falaremos sobre o certificado futuramente) foi um embrião para que os clubes, pouco a pouco, sejam obrigados a aprimorar suas condições de infraestrutura, de profissionais e de contrapartida aos meninos. Acho que é necessário aprofundar a questão do certificado, exigir que todas as equipes federadas possuam, e então caminhar para garantir o estudo desses garotos até o ensino superior.


quinta-feira, 8 de maio de 2014

A origem dos escolhidos

A divulgação da lista com os 23 convocados da seleção brasileira para a Copa do Mundo nesta quarta-feira (07) não trouxe muitas surpresas. O grupo já estava praticamente fechado desde a conquista da Copa das Confederações no ano passado, com a exceção de alguns jogadores que deverão ficar na reserva na Copa, como o zagueiro Henrique, do Napoli – nome mais contestado da lista. 
Porém, é interessante ver de onde surgiram os escolhidos de Felipão. Apesar de ser o atual campeão brasileiro e de não fornecer nenhum jogador de seu elenco para a seleção, o Cruzeiro é a equipe que mais revelou jogadores entre o grupo para o futebol, com três atletas - o goleiro Jefferson e os laterais Maicon e Maxwell. Em seguida aparecem São Paulo, Vitória e Corinthians, com dois jogadores cada. Os 23 selecionados saíram de 18 clubes diferentes, alguns inexpressivos, como o RS Futebol, que fez surgir o capitão Thiago Silva. Vale a pena relembrar um pouco da trajetória de cada convocado!

Nota: para que não haja confusão, é importante ressaltar que os times mostrados ao lado dos nomes dos jogadores não são os clubes atuais, mas sim os seus formadores.


GOLEIROS

 JULIO CESAR (Flamengo)

 reprodução: CBF

Formado na categoria de base rubro-negra em 1997, atuou no time até 2004, quando se transferiu para o Chievo, da Itália. Apenas uma temporada no time da terra de Romeu e Julieta foi suficiente para que o arqueiro chamasse a atenção da Internazionale. Foi nos Nerazzurri que Júlio César viveu sua melhor fase, conquistando o pentacampeonato italiano e a Liga dos Campeões de 2010. Hoje é contestado pelas atuações inconsistentes no Toronto, do Canadá, mas é o preferido de Felipão para ser titular.

JEFFERSON (Cruzeiro)

 reprodução: CBF

Surgiu em 2000 na raposa, mas sempre esteve à sombra de Gomes, que vivia ótima fase. A chance de mostrar melhor seu futebol veio apenas com o empréstimo ao Botafogo, em 2003. As boas atuações no alvinegro levaram o goleiro ao futebol turco (Trabzonspor). Voltou a General Severiano em 2009 e desde então tem sido constante nas convocações da seleção.


VICTOR (Paulista)

 reprodução: CBF

Antes de virar Santo, alcunha que ganhou durante a campanha do Atlético Mineiro na Libertadores de 2013, Victor despontou no Paulista de Jundiaí, onde foi campeão da Copa do Brasil em 2005. Dois anos mais tarde, seguiu para o Grêmio, onde foi eleito por dois anos seguidos o melhor goleiro do Brasileirão (2008 e 2009).

ZAGUEIROS


 THIAGO SILVA (RS Futebol, hoje Pedrabranca FC)

reprodução: CBF


O capitão de Scolari teve um dos começos mais difíceis até estourar no Fluminense em 2007. Virou profissional no RS Futebol (time de Paulo Cesar Carpegiani, hoje rebatizado Pedrabranca FC), passou pelo time B do Porto e o Dínamo de Moscou, da Rússia, onde contraiu tuberculose e quase morreu. A volta por cima no tricolor carioca o credenciou para um retorno à Europa, dessa vez como jogador de alto quilate. Após quatro anos no Milan, Thiago Silva foi para o milionário time do PSG, onde é capitão e acaba de ser campeão francês.

DAVID LUIZ (Vitória)

reprodução: CBF

O zagueiro de cabeleira vistosa também passou por grandes obstáculos em seu início. Rejeitado na peneira do São Paulo, David Luiz só conseguiu se profissionalizar no Vitória, da Bahia, em 2005. Da terra de todos os Santos, ele foi para o Benfica. Foram quatro anos no Estádio da Luz até ser vendido a peso de ouro para o Chelsea (25 milhões de euros). Atualmente joga como volante no esquema de José Mourinho.

DANTE (Juventude)

reprodução: CBF

O baiano surgiu em 2002 no Juventude-RS e, sem precisar passar por clubes do eixo Rio-São Paulo, transferiu-se para o Lille, em 2004. Após duas temporadas no futebol francês, passou outras três no futebol belga (Charleroi e Standard Liège), até chegar na Alemanha em 2009, pelo Borussia Mönchengladbach. Está no Bayern de Munique desde 2012 e já faturou dois campeonatos alemães e uma Liga dos Campeões da Europa.

HENRIQUE (Coritiba)

reprodução: CBF

A maior surpresa de Felipão foi revelada pelo Coritiba em 2006.  As boas atuações na série B do campeonato brasileiro no ano seguinte despertaram o interesse do Palmeiras. No Parque Antártica, o zagueiro teve destaque na conquista do Paulista de 2008, que tirou um jejum alviverde de 12 anos. Foi o suficiente para chamar a atenção do Barcelona, que o contratou. Sempre emprestado a outros clubes, todavia, o zagueiro não conseguiu se firmar no clube catalão e retornou ao Palmeiras em 2011. Novamente no verdão, Henrique reencontrou seu bom futebol sob o comando de Felipão, o que lhe rendeu nova transferência para a Europa neste ano (para o Napoli, da Itália) e presença garantida na Copa do Mundo.

LATERAIS

DANIEL ALVES (Bahia)


reprodução: CBF

Recentemente nos holofotes por ironizar insultos racistas ao comer uma banana em campo, Dani Alves subiu ao profissional do tricolor baiano em 2001, aos 18 anos. Dois anos depois já estava no Sevilla, da Espanha, onde passou seis temporadas até ser contratado pelo Barcelona. Campeão de tudo no clube culé, vai para a sua segunda  Copa do Mundo – foi titular em 2010, atuando no meio campo.

MAICON (Cruzeiro)

reprodução: CBF


Outro titular na última Copa, Maicon é o segundo da lista a ser lançado pelo Cruzeiro. Apesar de ter jogado nas categorias de base do Criciúma, só apareceu no time de cima da raposa de 2001. Integrou o elenco que conquistou a tríplice coroa em 2003 e foi vendido ao Monaco no ano seguinte. Porém, viveu seu melhor período na Internazionale de Milão, onde passou seis anos, de 2006 a 2012. Após passagem apagada por Manchester City, reencontrou seu futebol na Roma, onde carimbou seu passaporte para a Copa.

MARCELO (Fluminense)

reprodução: CBF


O mais novo defensor da lista (terá 26 anos à época da Copa) é um dos poucos casos de ascensão rápida. Revelado nas Laranjeiras em 2005, entrou para a seleção do campeonato brasileiro de 2006 e foi vendido ao Real Madrid no mesmo ano. No clube merengue, porém, só conseguiu se firmar como titular temporadas depois, tendo sido eleito o melhor lateral esquerdo atuando na Europa por duas oportunidades. Fez parte das seleções medalhas de prata nas Olimpíadas de Pequim 2008 e em Londres 2012.

MAXWELL (Cruzeiro)

reprodução: CBF


O terceiro atleta da lista a ser “draftado” pela celeste surgiu em 2000 e no ano seguinte já seguiu para o Ajax, da Holanda. No currículo, apenas clubes de alto escalão. Após cinco anos nos países baixos, o lateral esquerdo foi para a Inter de Milão. Em 2009, foi contratado pelo Barcelona, onde sempre esteve à sombra do francês Abidal. Somente em 2011, quando foi para o PSG, que Maxwell teve mais chances de mostrar seu futebol regular e consistente, que convenceu Felipão a convocá-lo.

MEIO CAMPISTAS

LUIZ GUSTAVO (Corinthians-AL)


reprodução: CBF


O paulista de Pindamonhangaba foi formado pelo Corinthians de Alagoas em 2006. Depois de passar por CRB, foi direto para a Alemanha, chegando ao Hoffenheim em 2008. Um dos principais destaques da equipe nas temporadas seguintes, o volante foi comprado pelo gigante Bayern em 2011, onde foi campeão alemão e vice-campeão da Liga dos Campeões da Europa. Está em sua primeira temporada no Wolfsburg e é um dos pilares do meio de campo dos lobos.

PAULINHO (Pão de Açúcar, hoje Grêmio Osasco Audax)


reprodução: CBF


O talismã das conquistas da Libertadores e do Mundial de 2012 do Corinthians não surgiu das categorias de base alvinegras. Paulinho despontou para o futebol em 2006, pela equipe do Pão de Açúcar - hoje Grêmio Osasco Audax. Aventurou-se no futebol lituano e polonês e voltou para o Audax, vendido depois ao Bragantino. Foi apenas na equipe do interior paulista que o volante despertou o interesse do Corinthians, onde viveu seu auge em 2012. Atualmente, não vem bem no Tottenham, da Inglaterra, e está na reserva.

FERNANDINHO (Atlético-PR)

reprodução: CBF

O paranaense foi revelado aos 17 anos pelo Furacão. Pelo clube, foi vice-campeão da Taça Libertadores da América em 2005. Em treze anos de carreira, defendeu apenas mais dois times: O Shakhtar Donetsk (de 2005 a 2013) e o Manchester City, onde vem se destacando em sua primeira temporada na terra da rainha.

HERNANES (São Paulo)

reprodução: CBF

Único jogador nascido em Pernambuco a ser convocado, Hernanes começou sua carreira a mais de 3.000 km de casa. Foi no São Paulo, onde se destacou no time de Muricy Ramalho que foi tricampeão brasileiro entre 2006 e 2008. Em 2010, chegou à Lazio. Em quatro temporadas tornou-se líder em campo e ídolo da torcida. Vendido à Internazionale neste ano, chorou ao ser homenageado pelos torcedores branco-celestes.

OSCAR (São Paulo)

reprodução: CBF

Encarregado de ser o principal meia de criação da seleção, Oscar é mais um exemplo de ascensão meteórica. Aos 22 anos, o atleta já está há duas temporadas no Chelsea. Mas o início de carreira no São Paulo foi marcado por uma grande polêmica. Com poucas oportunidades no time titular, rompeu contrato e quis transferir-se para o Internacional de Porto Alegre. O caso foi parar na justiça e só terminou com o pagamento de 15 milhões de reais ao clube paulista. Com o fim do imbróglio, o meia foi bem no clube gaúcho, onde foi bicampeão gaúcho em 2011 e 2012, até ser vendido ao Chelsea por cerca de 25 milhões de libras.

RAMIRES (Joinville) 


reprodução: CBF

O volante considerado um dos mais rápidos do planeta começou sua carreira profissional no Joinville aos 18 anos. Contratado pelo Cruzeiro em 2007, foi o destaque do time no Brasileirão do ano seguinte, tendo sido eleito o melhor volante do campeonato. Integrou também o elenco vice-campeão da Libertadores em 2009, quando o time celeste perdeu a final em casa para o Estudiantes da Argentina. No mesmo ano, o atleta franzino era levado para a Europa pelo Benfica. Uma temporada excelente em Portugal já foi suficiente para que Ramires fosse o alvo de mais uma contratação milionária do Chelsea: 22 milhões de libras. Desde 2010 nos Blues, Ramires foi peça-chave na conquista inédita da Liga dos Campeões em 2012.


WILLIAN (Corinthians)

reprodução: CBF


Integrou o elenco do Corinthians que conquistou a Copa São Paulo de Futebol Júnior em 2005, à época com apenas 16 anos. Subiu ao profissional apenas no ano seguinte, quando o time era treinado por Émerson Leão. Vendido ao Shakhtar Donetsk em 2007, ganhou tudo com o time da Ucrânia até ser contratado pelo Chelsea em 2013.

BERNARD (Atlético-MG)

reprodução: CBF


 Mais novo entre os 23 convocados, o baixinho de apenas 21 anos e 1,64 metro começou e explodiu no galo de Belo Horizonte. Em um período de quatro anos, foi revelado, ganhou a taça Libertadores e já enfrenta os desafios nas geladas terras ucranianas, defendendo as cores do Shakhtar Donetsk.

ATACANTES

NEYMAR (Santos)


reprodução: CBF

O camisa 10 e maior esperança brasileira em 2014 começou sua carreira em terras caiçaras. Desde os campeonatos escolares de futsal realizados no litoral de São Paulo, via-se um jogador diferenciado. O Santos logo tratou de acolher a jovem promessa. A mística da Vila Belmiro formava mais um craque de futebol. Da estreia no profissional em 2009, aos 17 anos, até hoje, aos 22, Neymar tem um currículo espetacular: campeão da Libertadores (2011), campeão do Sul-Americano sub-20 (2011), campeão da Copa do Brasil (2010), tricampeão Paulista (2010 a 2012) e vice-campeão olímpico (2012), além de ter sido premiado com o Prêmio Puskas de gol mais bonito do mundo de 2011. No Barcelona desde 2013, ainda tem chances de levantar o caneco do Espanhol nesta temporada.

FRED (América-MG)


reprodução: CBF

O primeiro momento de destaque do camisa 9 da seleção brasileira foi numa Copa São Paulo de Futebol Júnior, há distantes 11 anos. Em janeiro de 2003, Fred acertou uma bala do meio de campo logo após o pontapé inicial, aos 3 segundos de jogo contra o Vila Nova-GO. É o gol mais rápido da história do futebol brasileiro. O gol antológico lhe deu visibilidade para depois jogar no profissional do coelho e no Cruzeiro. Da raposa foi um pulo para o Lyon, da França, onde ficou por 4 anos. Durante esse período, foi reserva na Copa do Mundo de 2006 e marcou um gol contra a Austrália. Desde 2009 é o artilheiro do Fluminense, tendo sido bicampeão brasileiro (2010 e 2012).

HULK (Vitória)

reprodução: CBF

Promovido em 2004 pelo clube baiano, Hulk partiu no ano seguinte para um período de quatro anos divididos entre três times do Japão. O futebol apresentado no Tokyo Verdy fez o Porto tirá-lo de lá. Em cinco temporadas, Hulk tornou-se ídolo e homem-gol dos dragões, para ser comprado a peso de ouro pelos petroeuros do Zenit, da Rússia, em 2012. 55 milhões de euros, preço salgado que ainda hoje é contestado pela torcida.

JÔ (Corinthians)


reprodução: CBF


O centroavante reserva de Felipão se acostumou cedo a ganhar títulos. Em 2004 e 2005, foi bicampeão da Copinha com o Corinthians, tendo sido promovido ainda em 2004, para a disputa do campeonato paulista. No ano seguinte foi campeão brasileiro. Vendido ao CSKA da Rússia em 2006, Jô atuou por quatro times diferentes entre Rússia, Inglaterra e Turquia até voltar ao Brasil em 2011 para jogar no Internacional. Desde 2012 no Atlético Mineiro, Jô encontrou o futebol que ajudou o galo a ser campeão da Libertadores em 2013 e o ajudou a compor a seleção brasileira que venceu a Copa das Confederações no mesmo ano.


CLUBES FORMADORES/ NÚMERO DE ATLETAS

CRUZEIRO - 3
CORINTHIANS - 2
SÃO PAULO - 2
VITÓRIA - 2 
AMÉRICA-MG - 1
ATLÉTICO-MG - 1
ATLÉTICO-PR - 1
BAHIA - 1
CORINTHIANS-AL - 1
CORITIBA - 1
FLAMENGO - 1
FLUMINENSE - 1
JOINVILLE - 1
JUVENTUDE - 1
PÃO DE AÇÚCAR - 1
PAULISTA - 1
RS FUTEBOL - 1
SANTOS - 1
TOTAL - 23




Fontes: zerozero.pt e esporte.uol.com.br
Imagens retiradas e reproduzidas do site da CBF
www.cbf.com.br