quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

O esporte nos Estados Unidos

     Ao falar sobre esporte de base nos Estados Unidos o primeiro ponto positivo é que a palavra usada é esporte e não futebol, basquete ou beisebol, e sim esporte, ou seja, há uma gama de opções na qual os jovens atletas podem apostar suas fichas. Em qualquer esporte para ser profissional não basta apenas vontade e muitos ficam pelo caminho, por isso, à esses jovens não é permitido apostar todas essas fichas na carreira esportiva, quem quer chegar ao topo como atleta passa obrigatoriamente por instituições de ensino desde o equivalente ao ensino fundamental, até a faculdade. 

     O diretor de esportes Mike Mari do Shasta College na cidade de Redding, Califórnia, conta que a estrutura permite que os jovens que sonham em fazer sucesso nos campos e quadras do país ao se manterem no sistema educacional continuem sua formação acadêmica preparando-os para o provável futuro fora das quadras "Quando você tem 13 ou 14 anos não tem ideia do que vai acontecer, então você tem que ter um outro plano. Porque o que as estatísticas dizem é que você não vai (atingir o nível profissional)", explica. São raros os casos de atletas que não passam pelo ensino superior antes de ingressar nas ligas profissionais "Na NBA é obrigatório passar pelo college por pelo menos um ano, no Beisebol é possível sair da High School (ensino médio) entrar no sistema e começar a jogar no nível profissional. Esses são os dois únicos esportes em que isso pode acontecer", explica o diretor. 
Jovan Haye, ex-NFL, em palestra
 sobre sua carreira/Foto: Arthur Sales
     A diversidade de esportes contribui para o aumento das oportunidades e a captação de talentos. O jamaicano Jovan Haye, encontrou no futebol americano um caminho para superar a dislexia e se formar na universidade Vanderbilt, no Tennessee. Para o ex-jogador da NFL (liga profissional de futebol americano) isso não seria possível sem essa variedade "Aqui você não precisa ser o melhor, apenas bom o suficiente. Eu não era um grande jogador de futebol americano, eu fazia a minha parte e alguém viu isso. Na Jamaica você tem que ser o melhor corredor ou jogador, se você não é um Asafa Powell, um Usaín Bolt, você não chega a lugar nenhum", lamenta Haye. 

     O grande número de instituições de ensino com programas esportivos para estudantes também contribui para o aumento das oportunidades. Não só para atletas, esse sistema ocupa técnicos, assistentes e outros  profissionais envolvidos na atividade esportiva. Mariana Machado, 27, é assistente técnica das equipes de futebol, o nosso, do college Feather River, na cidade de Quincy, Califórnia, desde 2011. Foi para os Estados Unidos trabalhar em um esporte que no Brasil não abre espaço para as mulheres encontrando lá a oportunidade que precisava.

Mariana Machado à direita no campo do Feather River College/ Arquivo Pessoal



MACHISMO SEM FRONTEIRAS

     "Ainda lidamos com muito machismo do futebol na sociedade brasileira. O que na verdade reflete a luta das mulheres em geral contra preconceitos da sociedade", diz Mariana. Apesar de futebol praticado por mulheres ser bem aceito, nos principais esportes do país o tratamento dado à mulher atleta também é menos generoso do que o dado aos homens. Na principal liga de esportes praticado por mulheres, a WNBA(Basquete) a diferença entre os salários é gritante: Os 52 homens mais bem pagos na NBA ganham mais do que toda a WNBA junta*, forçando as jogadoras, as que tem mercado para isso, a jogarem a temporada europeia para complementar a renda durante as férias da WNBA.


*Fonte: SELF Magazine 


2 comentários:

  1. Muito legal tocar na questão da comparação salarial entre homens e mulheres. Machismo e esporte: tanto a se pensar!

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  2. É isso ai Arthur os EUA estão muiiiiito mais adiantados em relação ao Brasil estruturalmente e culturalmente quando se trata de incentivo a prática de esportes, começam mesmo desde cedo , tornando assim grandes chances de se encontrar talentosos esportistas.

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